Depois de começar a fazer uma faxina nos hábitos alimentares com a ajuda da cirurgia bariátrica eu tive que fazer uma faxina psicológica também. Todas as duas exigiram de mim superação. Uma modificou meu corpo e a maneira como me vejo em frente ao espelho. O outra foi como um terremoto, desmoronou tudo, tudo foi abaixo. Mas depois tive a oportunidade de começar a me reconstruir e me reconhecer de maneira beeem diferente também.
Sabe aquela faxina que fazemos em casa e que queremos tudo limpinho, arrumadinho? Dá um trabalhão, não é mesmo? Mas quando terminamos, mesmo cansados, ficamos contentes em poder estar num ambiente limpo e ordenado.
É tão bom colocar aquele lixo acumulado para fora, remover o pó, lavar o que está sujo. Doar o que não usamos mais, mas que serve para o próximo. Aos pouquinhos, tudo aquilo que antes estava numa desordem vai tomando seu devido lugar e somos tocados por uma sensação de bem estar tão gostosa.
Faxinas são excelentes. Sabe aquele alimento que você não come mais depois que operou porque simplesmente ele te faz mal? Seja porque dá dumping, seja porque não cai mais bem, seja porque você não suporta mais comer aquilo, ou seja pelo simples fato de que aquilo não te serve mais? Com nossas almas, com nossas emoções é o mesmo. Não é só buscar ter um corpo magro, mas uma mente também. Não se alimentar mais aquelas emoções ruins que vivemos e que nos entopem, faxinar tudo isso.
Vamos limpando, ordenando, emagrecendo também as mágoas, os ressentimentos, a baixa auto-estima. Organizando tudo, abrindo espaço para outras coisas. É sim, quando o lixo vai embora e as demais coisas são colocas em seu devido lugar, descobrimos que existe espaço onde achávamos que não poderia existir. Legal, não é?
O que poderíamos fazer com esse espaço? o que colocar lá? Acredito que essas nossas novas escolhas, na maioria das vezes, serão impulsionadas por nossos sonhos. Aqueles sonhos relegados ao esquecimento porque acreditávamos não haver espaço para eles. Imagino também que depois de tanto trabalho, devemos procurar dar preferência, ao preencher os espaços, ás coisas úteis, evitando, assim, que daqui a pouco tempo nós estejamos acumulando aquele tanto de lixo novamente.
Que nossos, 30, 40, 50, 60 quilos se despeçam de nós, mas que nos despeçamos também das mágoas e todas as situações discriminatórias, vexatórias, humilhantes, angustiantes vividas quando ainda os tínhamos. Vamos colocar tudo isso num saco de lixo, junto com todas as palavras de desânimo que nos direcionaram e as palavras maliciosas e maldosas. Vamos abrir espaço para as coisas boas.
Não dói colocar por lá um pouco de foco, uma dose de alegria, uma pitada fé, uma salpicada de amor próprio. O que dói é deixar esse lixo lá. E já que tiramos tanta coisas ruins, que o bom venha para acrescentar.
Raquel
Raquel
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