Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar
Meu coração estava torcendo para que ela realmente estivesse lá. Foi com essa inquietudade no coração que tive a sensação que as semanas passavam lentamente. A expectativa era enorme e quando finalmente chegou o grande dia acordei sobressaltada. Meu primeiro pensamento foi: "- É hoje." A pergunta que não me deixara nas últimas semanas voltou com mais força: "- Ela estaria lá?"
O dia transcorreu de maneira tranquila mas entre uma atividade e outra eu sempre me surpreendia pensando nela. Quando, por fim a noite desceu e o tão esperado momento chegou, meus olhinhos ansiosos a encontraram quase instantaneamente. Vibrantes de alegria os observavam encantados. E lá estava ela, o tão esperado momento havia chegado, e o melhor de tudo era que dessa vez seria diferente.
Eu já tivera muitas oportunidades, em outras diversas ocasiões, de realizar este sonho. Mas estranhamente, sempre a observava a distância, sempre deixando a oportunidade passar. Mas aquele dia seria diferente, seria o dia que finalmente deixaria de lado toda a timidez ou acanhamento, escutaria meu coração.
Dominando um pouco a ansiedade fui cumprimentar os anfitriões, conversar com minhas amigas e aproveitar a festinha.
Não tive que esperar muito até que meu momento chegasse, e mesmo me sentindo um pouco envergonhada estava decidida, tirei meus sapatos e subi. Com o rosto afogueado e o coração batendo a mil, tomei impulso e dei primeiro pulo. Fechei os olhos e instantaneamente voltei a ser criança. Por alguns segundos a memória se abriu e como num filme revivi minha infância, com suas brincadeiras, seus sabores, seus cheiros, suas canções e sua alegria. Empolgada e sem pensar em nada mais eu pulei e pulei. Pulei tudo o que não pulei todos estes anos. Pulei até ficar esbaforida e contentíssima desci da cama elástica.
Com o coração leve e cheio alegria pude perceber o quanto fora boba, o tempo perdido não volta jamais. Mas naquele momento eu não queria pensar nisso, só queria agradecer à Deus pela minha vida, por aquele momento tão alegre e também por ter me dado a oportunidade de recomeçar. Olhei para minhas amigas que riam de minha loucura e ri também. Com 30 anos realizei o sonho de pular numa cama elástica. Infantil? Talvez sim, mas também gostoso demais.