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domingo, fevereiro 26, 2012

O primeiro dumping a gente nunca esquece

Dia 20 completei 4 meses de cirurgia. E como sou uma pessoa (digamos) um pouco medrosa eu sempre segui direitinho a dieta que a nutricionista me prescreveu. Isso até... hoje. Domingão, família toda reunida, conversa vai, conversa vem, um calor dando... e eis que surge como sobremesa um danado de um sorvete de flocos. Decidi tomar... mas foi uma péssima idéia, "dumpei".
Se eu tomei muito sorvete? Não, coloquei na taça duas colheres de sopa e só consegui tomar uma. Fiquei deitada no sofá super enjoada e tonta e com as mão frias. Não demorou a passar, mas vou falar viu, ô sensação ruim. Travessura realizada e eis que o castigo veio a galope.
Já havia escutado sobre o danado nas reuniões da equipe, antes de operar. Mas acreditem, escutar é muito diferente de sentir. 
A lição? Agora só picolé de frutas. rsrsrs



Me visitam

Estou recebendo novas visitas em meu blog. Estou surpresa e feliz. Agredeço a todos que passam por aqui e decidem deixar um comentário, ou decidem pacientemente ler as loucuras que escrevo, obrigada. Eu visito muitos blogs (quase diariamente) e posso dizer, sinceramente, que me emociono, fico triste, vibro, torço, fico alegre, rio e também aprendo com as  histórias que leio.

Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.

A toda(o)s vocês um abraço carinhoso.

sábado, fevereiro 11, 2012

O fantasma da queda de cabelo

Eu sempre escutei as pessoas que fizeram a cirurgia reclamando de queda de cabelo, mas como tenho muito cabelo (as pessoas até brincam comigo dizendo que tenho cabelo para duas cabeças) nem dei muita importância para isso. Mas agora está acontecendo comigo, e é uma coisa do outro mundo. Cai muito, mas muuuuuuiiiiiiiito, um exagero que preocupa. E agora ando com medo de ficar careca, estou apavorada. Essa semana tenho consulta com o cirurgião e com a nutricionista, vou levar o resultado dos exames de sangue e vou implorar para que eles me ajudem.

Obesidade e histórico familiar

Sempre fui gordinha (criança, adolescente e adulta). Aos 29 anos, depois de sofrer um bocado (porque eu sofria muito, não era uma gordinha bem resolvida), tomei a decisão de operar.

A minha família é daquelas que adora uma comidinha hiper calórica, rsrsrs, e foi nesse ritmo que cresci. Nos últimos meses eu tenho acompanhado os primeiros sofrimentos de meu sobrinho.  Ele tem notado o quanto é difícil ser gordinho, já sofre com chacotas na escola e as vezes nem quer ir a aula. A saúde dele está começando a dar sinais de alerta e minha cunhada se sente triste e frustada por ver o filho sofrer. Ela sempre o leva  a médicos e nutricionistas, além de ter a preocupação de incentiva-lo a praticar esporte.

Mas se já é difícil para um adulto controlar a boca, imagine para uma criança de 6 anos. Ele está crescendo numa família que adora comer, comer muito e tudo super calórico. E já está acostumado a isso e sente uma dificuldade enorme em abrir mão disso.  Na verdade eu acredito que ele nem entende porque tem que abrir mão disso em favor de saúde dele. Eu me vejo em meu sobrinho e me sinto triste por vê-lo passar por as mesmas coisas que eu e muitas outras pessoas da minha família passou. E de verdade que me sinto solidária com a dor da minha cunhada, que não sabe mais o que fazer para ajudar ele de uma forma efetiva. A batalha que ela está começando a travar é enorme, vai ser necessária muita dedicação por parte dela, da família e uma boa ajuda profissional.

Pode parecer um saco escutar isso mas, devemos cuidar muito bem da alimentação de nossos pequenos. Principalmente se a família é de gordinhos. Cuidar para que eles comam de maneira mais saudável, que tenham prazer em praticar esportes é uma prova de amor. Nada de neurose, afinal, são crianças. Se olhamos para nós mesmos,  para todas as coisas que passamos (doenças, limitações físicas, frustrações, danos psicológicos) até chegar num ponto de ter que se submeter a uma cirurgia tão invasiva como a gastroplastia, teremos a certeza que é mais que um dever evitar que eles passem pelo mesmo. Vamos cuidar bem de nossos pequeno tesouros, nós lhe devemos isso.










Passando pela fase líquida

A fase líquido-pastosa pós cirúrgica para mim foi super chatinha, cheia de detalhezinhos. Não se descansa a boca por muito tempo. Além de estar constatemento tomando água suco, gatorade, água de coco e chá  tem os caldinhos e sopas que devem ser preparadas de acordo com algumas recomendações e restrições. Cada equipe orienta o paciente de uma maneira, mas, para quem ainda não operou e quer ter uma idéia de como é essa fase, vou postar as recomendações que minha nutricionista me passou.

Fazendo o caldo

Colocar aproximadamente uma colher de sopa de óleo de CANOLA na panela, refogar o tempero, acrescentar carne (frango, músculo, carne moída) e refogar. Juntar a água e deixar ferver até cozinhar a carne.

Fazendo a sopa

Acrescentar ao caldo, com a carne, algum alimento do grupo carboidratos (ex: batata), um do grupo das leguminosas (ex: ervilha) e dois ou mais alimentos do grupo de legumes e verduras. Utilizar os temperos naturais a gosto para variar e realçar o sabor dos alimentos. Depois de cozinhar estes alimentos com o caldo a sopa está pronto. Você deve tomar o caldo ou a sopa de acordo com a consistência de cada etapa.

Na etapa do caldinho a sopa deve ser coada numa peneira fina e deve ficar na consistência de um suco ralo, sem resíduos. Na etapa seguinte (quase pastosa) você deve bater a sopa no liquidificador (inclusive a carne) e passar numa peneira fina. Aqui a consistência não é tão rala, mas também não é grossa, é um meio termo. Na etapa pastosa a sopa deve ser somente liquidificada.

Algumas sugestões

Sopa de mandioquinha com agrião
Ingredientes
Carne moída
Alho e tomate
Mandioquinha (batata baroa)
Agrião
Tempero a gosto.

Sopa de feijão
Ingredientes
Carne moída ou músculo picadinho
Feijão cozido
Alho
Chuchu
Couve
Louro
* Acrescentar a couve por último.

Sopa de músculo com abóbora
Ingredientes
Músculo
Alho
Batata
Abóbora
Cheiro verde

Sopa primavera
Ingredientes
Peito de frango
Tomate
alho poró
Batata
Cenoura
Ervilha
Vagem
Manjericão


Sopa de lentilha
Ingredientes
Carne em pedaços
alho e cheiro verde
lentilha
abobrinha
escarola

Sopa de músculo com feijão branco
Ingredientes
músculo
alho poró
tomate
feijão branco
espinafre
salsinha

Sopa Caipira
Ingredientes
Sobrecoxa de frango
alho e cebolinha
milho verde
cenoura
chuchu
manjericão

Sopa e fubá com couve
Ingredientes
carne moída
cebolina, alho e tomate
fubá
couve
* Pouquinho fubá, senão engrossa muito e não fica caldinho, fica papinha.

Sopa de feijão branco com frango
Ingredientes
peito de frango
alho poró
feijão branco cozido
repolho
mostarda
cheiro verde

Canja
Ingredientes
Frango (sobrecoxa)
arroz
cenoura
ervilha
salsinha

Tem uma hora que enjoamos de todas a opções, então uma dica legal é  usar a criatividade equilibrando os nutrientes e variando os sabores para evitar a monotonia. E não se esqueça de cada equipe adota um critério, o alimento que minha nutricionista me permitiu comer a sua pode não achar apropriado para você.

sábado, fevereiro 04, 2012

E chegou a hora dos tão temidos... exercícios físicos.

Fazer exercícios físicos para mim sempre foi um problema.  Eu até tentei fazer algumas vezes. Fiz judô por alguns meses e  a tão temida academia por algumas semanas, mas não me sentia bem lá. Eu pensava que aquilo não era para mim, só para as meninas lindas e esculpidas. Olhava para elas, olhava para mim e com poucos dias  desistia. Me sentia uma estranha no ninho, como se aquele não fosse um lugar para mim, que eu não tinha o direito de estar ali, que boba eu era. 

Eu morria de vontade de aprender a nadar, mas só de pensar em por um maiô e aparecer na frente das pessoas eu desistia da idéia. Adorava ir as aulas de judô, até que um dia o professor propôs aos alunos um exercício. Atravessar o tatame sentados e utilizando somente a força das pernas para isso. O problema é que todos da turma foram e voltaram e eu ainda estava na metade da ida.  Todos ficaram  me esperando terminar, e isso demorou um tempão. Ficaram conversando, tudo normal.  E o professor que notou meu constrangimento e viu que eu ia desistir quis me incentivar começou a dizia: "- Vamos Raquel, vamos! Força!  Eu terminei o exercício e o treino continuou normalmente, mas eu fiquei com tanta vergonha que nunca mais voltei na aula. E o que era para eu levar na esportiva, porque foi uma coisa sem importância eu a transformei num monstro. Me senti muito mal, humilhada e abandonei o judô. 
Depois disso eu pensei, "tudo bem Raquel, já que você se sente estranha no meio das pessoas, então vamos fazer exercícios em casa mesmo, sozinha". E então chegava a segunda parte do problema: o desânimo, a preguiça. Então veio a idéia de fazer caminhadas com minhas amigas, mas eu sempre combinava e nunca ia. 
Muito tempo passou, me fechei mais, sofri mais e quando estava no fundo do poço busquei ajuda. Essa semana, com 3 meses de operada, eu me matriculei na academia. Voltei por dois motivos: recomendação do cirurgião e pela vontade de realizar as coisas que eu desejava tanto mas que coloca tantos empecilhos. Agora vou aprender  a nadar, vou fazer aula de dança porque eu sempre quis fazer isso, sempre. E quando olho para trás me sinto uma boba por perder tantas oportunidades, por deixar de viver tantas coisas por causa de complexos e medos.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Tão comum para uns... uma novidade e alegria para outros

 
Ontem, pela primeira vez, depois da cirurgia eu entrei num ônibus. Fiquei espantada, pela primeira vez na minha vida passei tranquilamente na roleta. Ainda meio em choque, busquei um assento para me sentar e outro susto: não tomei dois assentos, só um. Fiquei totalmente boquiaberta porque só assim consigo perceber que estou mudando. 

Não sei se acontece isso com vocês, mas eu só percebo alguma mudança quando vejo fotos, ou toco algum ossinho que nunca tinha sentido. Mas quando me olho no espelho não percebo, simplesmente não percebo. Por isso fiquei espantada com a roleta e com o assento. Mas depois do espanto veio um sorrisinho de alegria, por viver coisas tão simples, tão comuns para tantas pessoas, mas nunca antes vividas por mim.

Humor

Três meses depois


Dia 20 de janeiro completou três meses que operei, até agora foram 28 quilos eliminados. A coisa que mais me deixa feliz nisso tudo é que consegui mudar de verdade minha relação com a comida. Agora não busco mas saciar as ansiedades com comida, de alguma maneira, aos pouquinhos estou fazendo as pazes com a comida. Acredito que este é o resultado mais positivo que poderia obter da cirurgia, aproveitar as ferramentas que ele me deu e me ajudar. 

Já não tenho hipertensão arterial, a cardiologista me liberou do uso do medicamento. Não tenho mais apneia. Antes eu tinha apneia grave, cheguei até a usar CPAP. Não sou mais pré-diabética. 

E tem outras coisinhas comuns, mas que enchem meu coração de alegria:
- Já consigo sentar e cruzar as pernas;
- já passo na roleta do ônibus tranquilamente;
- já não ocupo quase dois assentos no ônibus, só um. 
- já não sinto pânico ao sentar-me numa cadeira de plastico;
- Já consegui comprar roupa em lojas sem ser especializada em tamanhos especiais (pela primeira vez, aos meus 30 anos, comprei uma calcinha tamanho G). 
- Já vejo e sinto ossos no meu corpo que nunca havia visto ou sentido;
- já não me sinto observada e julgada;
- Vejo, aos poucos, meu corpo mudar e percebo formas que nunca imaginei ter.
Gente, estou vivendo essas pequenas emoções, coisas tão simples mas que me deixa feliz porque nunca tinha vivido. 

O resultados que estou obtendo são, na grande maioria, muito satisfatórios para mim. E não nego, enfrentei algumas dificuldades, tive que superar alguns obstáculos porque a cirurgia não faz milagres, nada acontece por passe de mágica, ela é só um instrumento. E mudar velhos hábitos é muito difícil, muiiiiiiiiiiiiiito difícil. Mas a verdade é que sim, nós podemos mudar. Aos pouquinhos, dia-a-dia, caindo e levantando; errando e acertando, simplesmente aprendendo. E no meio disso tudo acontece a coisa mais importante para nós: aprendemos a nos amar. 

Estou descobrindo um mundo novo, um mundo que eu não me permitia ver, e isso enche meu coração de alegria.